Representando
o IF Baiano no grupo de Pesquisa Paranoá, o professor José
Rodrigues esteve presente no I Encontro de Pesquisa de Fernando de
Noronha, São Pedro e São Paulo e Atol das Rocas, que reuniu
pesquisadores brasileiros e do exterior. Na oportunidade, o professor
apresentou a monografia do estudante da UFBA, Marcéu Lima, realizada
sob sua orientação, a respeito da praia do Atalaia, em Fernando de
Noronha, PE.
Nesta
entrevista, o professor José Rodrigues fala sobre o evento e o estudo sobre a praia de Atalaia.
Bem
Baiano - É a primeira vez que participa do I Encontro de
Pesquisa de Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo e Atol das
Rocas? O que o evento traz de contribuição para área? Do que
tratou?
José
Rodrigues - O Encontro teve foco na discussão de “como
integrar a gestão das Unidades de Conservação em ilhas oceânicas
do Nordeste?". Esta foi a primeira vez que o Governo Federal,
através do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade– ICMBio, realizou um Encontro de Pesquisa específico para tratar
das Unidades de Conservação (UCs) localizadas em Ilhas Oceânicas
(Parque Marinho de Fernando de Noronha – PARNAMAR; Reserva
Biológica Atol das Rocas e Área de Proteção Ambiental de São
Pedro e São Paulo).
Devido
as dificuldades logísticas e técnicas da pesquisa científica em
ilhas oceânicas, nunca tinha sido possível realizar uma reunião
com os principais pesquisadores que desenvolvem estudos nestes
ecossistemas. Esta oportunidade, permitiu não só uma grande troca
de experiências nas diversas áreas do conhecimento, como também,
entendimentos para um grande número de parcerias e possíveis
projetos interinstitucionais.
Bem
Baiano - Qual a importância dos pesquisadores do IF Baiano
estarem inseridos nessas discussões?
José
Rodrigues - A presença de pesquisadores do IF Baiano neste
seleto grupo de discussões (foram selecionados menos de 50
participantes) estabelece uma oportunidade ímpar para ampliação
dos estudos em ambientes tão singulares e especiais. Os estudantes
dos nossos cursos de Meio Ambiente, Biologia, Geografia, Turismo,
dentre outros, terão maiores possibilidades de integrar projetos de
pesquisa em parceria com os mais renomados centros de pesquisa do
Brasil, bem como, realizar estágios no próprio ICMBio ou em
Projetos vinculados a estas Unidades de Conservação (Projeto
Golfinho Rotador, Projeto Tamar, etc.).
Bem
Baiano - Qual era o foco da pesquisa sobre a praia do Atalaia e o
que apontou como resultados/perspectivas para área?
José
Rodrigues - A Praia do Atalaia é um dos roteiros mais procurados
em Fernando de Noronha e possui importância ambiental reconhecida
internacionalmente (Patrimônio Natural da Humanidade – UNESCO).
Além disso, é uma área que tem gerado conflitos entre os
moradores, visitantes, condutores e agentes ambientais. Para
contribuir com o entendimento da dinâmica do uso público desta
praia, foram estudados diferentes indicadores geoambientais e
socioeconômicos, sendo também medidos os seus respectivos graus de
atratividade.
A
qualidade recreacional desta praia foi bem avaliada, estando
relacionado com as ótimas condições em que este ambiente se
encontra: alta biodiversidade, bela paisagem natural e presença de
UC e suas estratégias de preservação. Todavia, apesar dos
trabalhos de conservação desenvolvidos na área, foi possível
identificar impactos antrópicos globais como branqueamento de corais
e presença de lixo marinho oceânico. A avaliação destes
indicadores permitiu gerar informações científicas para distintos
atores sociais - pesquisadores, usuários, moradores e gestores
–contribuindo, portanto, com as tomadas de decisões para o manejo
da atividade recreacional desta praia.
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O
grupo de pesquisa Paranoá é formado por pesquisadores e estudantes
de várias instituições de ensino e vem desenvolvendo diversos
estudos sobre o litoral brasileiro. Dentre os projetos em andamento
estão: Protocolo para o Gerenciamento Costeiro: uma abordagem
com base na gestão de praias arenosas em unidades de conservação,
auxílio financeiro do CNPq; Definição de Limites Ecológicos e
Ambientais para o Uso Recreacional de Praias Arenosas: utilizando o
Sistema de Modelagem Costeira – SMC, em parceria com o
Instituto de Geociências da UFBA e auxílio financeiro do CNPq;
Valoração Ecossistêmica de Ambientes Costeiros e seus Recursos
Geoambientais, em parceria com o Instituto de Geociências da
UFBA e auxílio financeiro do CNPq; MARPLAST em parceria com o
Instituto de Oceanografia da USP – IOUSP, financiamento da
PLASTVIDA.
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