Para
João Rodrigues, docente do Instituto Federal Baiano (IF Baiano) –
Campus
Teixeira de Freitas, o
lançamento do livro “Canivete” não terá o sabor de estreia dos
novos escritores porque
já é a nona obra das
suas andanças de literário. Contudo,
“Canivete” tem o frio na barriga de reedição de um grande
sucesso: “
a
primeira edição foi lançada em 1991/2 e fez um enorme sucesso,
esgotando-se rapidamente. Só, em 2010, resolvi retomar o projeto,
mais de 20 anos depois”, conta
Rodrigues.
Será,
agora, no dia 15 de agosto às
19 horas,
que
João
fará o lançamento do livro no
Instituto
Francisco de Assis – IFA (Campus I da FASB),
situado no município de Teixeira de Freitas. Publicação
de uma editora local, o
evento estará aberto
para todos e
conta com o apoio logístico do Instituto na organização, no
audiovisual e na divulgação. Mas,
para quem não puder participar, poderá
entrar em contato diretamente com o professor ou pedir emprestado na
biblioteca do Campus
Teixeira de Freitas.
“Canivete”
está
na categoria romance de
cunho social. Segundo o professor, o livro discute o dilema da
infância perdida - “o que poderia ter sido”. “A
história de um menino chamado Tomás que nasce numa família
conflituosa: o pai é um bandido violento, que espanca a mãe e abusa
sexualmente das filhas. Nesse mundo cão, repleto de amargura, Tomás
cresce dividido entre a vontade de ser apenas um garoto normal que
sonha com a felicidade. Mas, o pesadelo toma corpo e ele se
transforma num pivete perigoso, apelidado de Canivete”, explica
Rodrigues.
Segundo
o docente, a
proposta é dialogar com temas
atuais, tais como:
infância perdida (marginalização da criança e seu universo
familiar); violência doméstica; ressocialização e reinserção
social do preso. “Propõe uma reflexão a partir da construção
literária do herói
bandido como forma de
destacar a dualidade interior travada na consciência do ser humano:
o que queríamos ser e o que fomos 'forçados'
a ser através das estruturas sociais”, discorre.
Essa
ideia do romance surge
ainda nos anos 80 a partir da Campanha da Fraternidade de 1987 (A
Fraternidade e o Menor) cujo
lema era: “Quem
acolhe
o menor
a mim acolhe”. João
diz que ele fez parte de grupo de jovens e, na época, criou um grupo
de teatro e montaram a peça “Feira dos Oprimidos” para discutir
esse contexto. “Um dos personagens era um garoto de rua. Quando o
espetáculo foi apresentado, o personagem roubou a cena e emocionou a
todos. Foi, então, que decidi escrever uma história à parte.
Então, nasceu a primeira versão de Canivete”, relata.
Para
o professor de português e literatura, existe uma expectativa de
desenvolver um trabalho a partir de sua obra seja por meio de teatro,
seminário
de literatura, pesquisa sobre os temas que a obra trata e seu
contexto social: maioridade penal, violência doméstica, infância
perdida, drogas etc. “Em Teixeira de Freitas, como em grande parte
do país, esses problemas existem e são preocupantes. A literatura,
ao tratar de temas relevantes como esse, está ampliando/propondo a
reflexão e a busca de possíveis saídas”, finaliza.
Mais:
Canivete
foi o meu primeiro livro (1ª edição – 1991; 2ª edição -
2015);
O
segundo foi Cindagorda
(releitura da Cinderela) – 1ª edição em 1997; 2ª edição 2007
– infanto-juvenil;
O
terceiro foi Espelho do Tempo
(2001) – romance social;
O
quarto foi A dinâmica textual
(2004) – didático;
O
quinto foi A história da
Comunidade Italiano de Santo Antonio
(2005) – História;
Em
2007, a coleção Infanto-Juvenil “Novos Talentos” com quatro
obras: Cindagorda
(2. ed.); O
Coelho e a Onça;
O
chapéu do lobo;
Nó
na garganta.
Escritor:
João
Rodrigues Pinto,
professor do IF Baiano –
Campus
Teixeira de Freitas. Atua
com as disciplinas de Língua Portuguesa e Literatura; Iniciação à
Metodologia Científica (cursos de Administração – integrado
e subsequente; Agropecuária – integrado.;
Floresta – integrado)
Fotografia:
Henrique
Botelho Carvalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário