sexta-feira, 31 de julho de 2015

Superação e reflexões: um sábado dedicado ao tema afro



Imagine um dia dedicado às artes! Discussões, reflexões e apresentações artísticas (teatro, dança, música, recitação de poemas) voltadas a meio ambiente, sociedade e cultura africana. “Foi um momento de aprendizado coletivo e de discussões amplas sobre quem somos e o quanto ainda precisamos aprender sobre nossa História enquanto brasileiros, mas também enquanto sujeitos que buscam seu espaço na sociedade e precisam aprender a fazê-lo sem agressão ao meio ambiente e aos demais sujeitos que o integram”, afirmou Fabiane Andrade, professora de História do Instituto Federal Baiano – Campus Valença, ao comentar sobre o evento "Repensando as Questões Afro-Brasileiras – Diálogos sobre Cultura, Memória e Identidade que aconteceu no dia 18 de julho na cidade.

“O que diz minha cor?”, por exemplo, foi tema central para as oficinas. Um estímulo para os
oficineiros e os estudantes que precisavam se reconhecerem e se respeitarem na diversidade que é a sociedade brasileira. “Por conta da historicidade do tema, muitos estudantes fizeram relatos autobiográficos demonstrando o quanto sofrem preconceitos aqueles que se identificam com religião e mesmo com a estética afro”, destacou Andrade. Para a professora, ver os estudantes, no palco, representou um momento de emoção. “Muitos talentos escondidos até o momento se revelaram e temos certeza de que foi um dia que marcou a nós, professores, que nos envolvemos no projeto e aos estudantes que se perceberam com potencialidades que muitos deles desconheciam”, disse.

Outros momentos de destaque estiveram na palestra de Leandro Bulhões que trouxe uma articulação entre candomblé, filosofia Umbutu, agroecologia, meio ambiente, sociedade, respeito e cultura africana, no espetáculo teatral Vozes da África (direção Jhessy Coutinho) e na encenação de poemas do poeta baiano Castro Alves. “Uma verdadeira aula sobre cultura e resistência”, entusiasmou-se a docente ao falar sobre a temática.



Para os envolvidos no projeto, o maior aprendizado esteve na coletividade. “Abordou também vários assuntos que deveriam ser discutidos diariamente, além de oferecer conhecimentos sobre a cultura afro que muitos desconheciam”, falou Camila Furtado, estudante de agroecologia. “Percebermos o quanto cada um pode ensinar ao outro, que cada sujeito, tenha ele formação acadêmica ou não tem um relato, uma história de vida, um dom a ser compartilhado. Creio que esse aprendizado coletivo foi marcante para todos”, finalizou Fabiane.


Se no nosso país é considerado que todos nós somos miscigenados,
por que existe preconceito????”

- Camila Furtado, estudante de agroecologia -






Participação/Agradecimento (Comissão Organizadora): monitores/estudantes, em especial Gisele, Raiane, Mércia, Hellen, Adriane Café, Alina, Daniela e Milena Rodrigues.


Fotografia/Acervo: IF Baiano/Campus Valença/Neabi

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