Dia 12 de novembro foi uma data
especial. Durante o II Simpósio do Meio Ambiente no IF Baiano –
Campus Governador Mangabeira, os autores do livro “Saberes
da Terra” compartilharam com os participantes do evento os momentos
vivenciados pelo grupo com comunidades rurais dos municípios de
Miguel Calmon e Governador Mangabeira até a chegada da publicação.
O livro, que surgiu de um projeto
idealizado pelo organizador, professor Olinson Coutinho, é uma
compilação de artigos científicos desenvolvidos por sete autores
(cinco docentes e dois estudantes do campus). Entre as
temáticas, estão assuntos como: a importância do Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf); análise química
dos alimentos e alimentação saudável; produção de abelhas sem
ferrão; empreendedorismo e a produção em conjunto; como usar a
eletricidade da melhor forma; destinação do lixo na zona rural.
Fruto do resultado do projeto
submetido ao Programa de Oficinas Comunitárias (POC) em 2013, a
publicação é destinada, além da comunidade acadêmica do
Instituto, para todos os envolvidos direta e indiretamente com o tema
– órgãos públicos, comunidades rurais etc. “O livro é uma das
melhores formas de eternizar, é uma forma de ter isso no concreto,
não é somente ter deixado lá nas nossas palestras”, explicou
Olinson. Para ter acesso à obra, é necessário entrar em contato
com os autores ou aguardar o lançamento pela Editora Quarteto.
Autores:
Os professores Maria Celeste,
Marilia Dantas, Roberto Carlos, Márcio Maia (ex-professor do IF
Baiano e, atualmente, no IFRN), Agamenon Xavier (ex-professor do IF
Baiano e, atualmente, no IFNMG) e os irmãos e estudantes Danilo e
Fernando Nascimento.
Em entrevista
Antes
do lançamento do livro no evento, o professor e organizador Olinson
Coutinho falou um pouco sobre suas vivências e como surgiu a ideia
de convidar estudantes para terem um capítulo produzido e assinado
por eles.
Ascom/Jornalismo:
Como começou sua trajetória
até chegar até essa vivência de partilha de conhecimento com
comunidades?
Olinson
Coutinho: Sou de Miguel Calmon
e toda minha vida foi lá. Desde criança, eu me vi na área de
Educação, sempre me percebi sendo professor, fiz minha graduação
em Letras com Inglês e mestrado em Crítica Cultural. Leciono em
torno de 12 a 13 anos.
No
campus,
a vivência é muito aconchegante, tem uma integração maior, a
gente desenvolve projetos, os alunos também contribuem e acabam
desenvolvendo uma atividade acadêmica mais proveitosa e
significativa.
(No
projeto), foram 50 a 60 pessoas em Miguel Calmon e 25 pessoas em
Governador Mangabeira; in
loco, três meses - na
primeira etapa, dois dias; na segunda, encontros no campus.
Ascom/Jornalismo:
Quanto à participação dos
estudantes?
Olinson
Coutinho: Foi muito
interessante. Eles foram meus alunos de manutenção e suporte em
informática. Eu acabei escolhendo porque eu vi que eles (Danilo e
Fernando) tinham uma dedicação muito grande na produção e por
conta da desenvoltura deles enquanto estudantes e monitores. Eu vi
que tinha obrigação de chamá-los para participar do livro: seria
bom para mim, enquanto profissional, estar recepcionando esses alunos
para uma produção acadêmica, quanto para eles desenvolverem também
uma produção acadêmica.
Com
a palavra Fernando Nascimento – Estudante
do 4o
semestre do curso de manutenção e suporte em informática, Fernando
contou que seu capítulo “A destinação do lixo na zona rural”,
juntamente com seu irmão Danilo Nascimento, surgiu do fato de terem
residência no meio rural e perceberem que não era dada a devida
importância ao assunto. “A gente começou a pesquisar as diversas
maneiras de tratar o lixo. Vieram as palestras que foram ministradas
e a gente passou essas informações para outras pessoas da região,
moradores da zona rural”.
Dessa
sua primeira experiência com esse universo, ele se sente orgulhoso
por poder socializar o conhecimento com outras pessoas. “A gente
começa a olhar de outra forma as nossas atitudes. A gente pode
transformar a sociedade, mudar, tem que passar esse conhecimento
adiante”, reforçou. “Foi difícil vencer a timidez, o medo,
passar aquele conhecimento de forma que outras pessoas possam
entender... (Mas) de bom, o aprendizado, o contato com as pessoas, a
interação com os professores, a participação nesse evento
principalmente”.
“Se
cada um puder contribuir com pequena parcela para ajudar a natureza,
o meio ambiente, dá para proteger nosso planeta” - Fernando
Nascimento
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