Contemplados pelo incentivo do Edital nº 10 de 2014 da Fapesb e a partir das ações que o Laboratório de Políticas Públicas, Ruralidades e Desenvolvimento Territorial (Lapprudes)
vem desenvolvendo na região, o Campus Bom Jesus da Lapa oferecerá a especialização em Inovação Social com Ênfase
em Economia Solidária e Agroecologia. Será o primeiro curso de
especialização sobre a área no Estado da Bahia.
O principal foco do curso é estimular
os profissionais a propor estratégias de intervenção e mediação
de processos de inovação social no semiárido, com base em
princípios de agroecologia e economia solidária. Entre as
disciplinas abordadas no curso, pode-se destacar: Políticas
Públicas e Desenvolvimento Territorial, Agroecologia
Contextualizada ao Semiárido, Economia Solidária.
Nesta entrevista, o coordenador do
curso, Davi Costa, fala sobre as metodologias que serão aplicadas no
curso, seu público-alvo e a atuação integrada com outras
instituições e com a comunidade.
Bem Baiano - Qual
é a emoção em conseguir implementar a primeira pós-graduação
no Campus
Lapa e através das ações do Lapprudes?
Davi Costa
- É uma grande conquista! O Laboratório de Políticas Públicas,
Ruralidades e Desenvolvimento Territorial tem apenas 1 ano e 5 meses
e já conquistamos esta pós-graduação e o Núcleo de Extensão em
Desenvolvimento Territorial. Esta é uma luta e conquista minha, do
professor Heron Souza, dos nossos estagiários, do nosso Campus
e de todo o IF Baiano.
Bem
Baiano - O Campus
Lapa ainda não oferece curso superior. No entanto, já propõe uma
especialização. O Campus
está preparado para ofertar cursos nesse nível de ensino?
Davi
Costa - Nosso foco é a formação de agentes de desenvolvimento,
professores, gestores ambientais, assessores que buscam formação
verticalizada gratuita e de qualidade no Território e nós somos a
primeira instituição a ofertar uma “pós” nesta modalidade no
Estado da Bahia. Atualmente, a nossa atuação é concretizada em
Rede, com professores do IF Baiano, do IF Bahia, da UFBA, UEFS e
UFRB. A FAPESB aprovou esta pós-graduação mesmo tendo
conhecimento que não temos, neste momento, uma graduação por
entender a sua exequibilidade e importância para formação de
profissionais do interior do Estado. Há instituições que procuram
profissionais com este perfil (ADAB, EBDA – BAHIATER, CODEVASF,
SDT/MDA e as próprias instituições de ensino) e não há
possibilidades de formação neste âmbito no estado da Bahia.
Bem Baiano - Qual a metodologia que será aplicada no curso?
Davi Costa - Teremos
aulas no Campus e os projetos devem estar atrelados a uma intervenção
em comunidades, organizações ou instituições. Esta intervenção
é feita de forma alternada às aulas, o que chamamos de alternância.
Teremos aulas fora do campus em comunidades os quais os (as)
educandos (as) estão inseridos em seus projetos de intervenção.
"Nosso dever é atuar nos Territórios, entendendo as suas demandas e potenciais. Somos pioneiros. Isso é desafiador e motivador!"
Davi Costa - Professor e coordenador do curso
Bem
Baiano - Qual impacto que a
realização de uma especialização traz na formação do
profissional?
Davi
Costa - Quando eu fiz uma pós-graduação (especialização),
pioneira chamada Residência Agrária, não imaginava as inúmeras
possibilidades de atuação profissional que esta formação me
daria. Certamente, estes profissionais atuarão a partir de demandas
não atendidas e reprimidas no interior: assessoria técnica
contextualizada com as demandas da agricultura familiar do semiárido.
Bem
Baiano - Por que a escolha
dessa área para oferecimento da especialização?
Davi
Costa - É uma área contra-hegemônica quando falamos em
agricultura e semiárido. Não há cursos nesta área que atenda ao
estado da Bahia. Temos a experiência muito bem realizada pela UESC
em parceria com o IF Baiano na área de agroecologia, porém em áreas
litorâneas. Nossa meta é incluir o bioma caatinga (com suas
especificidades) no debate e na formação, além de incluir a
dimensão da economia solidária neste orbe.
Bem Baiano -
O que o IF Baiano espera que os
egressos da especialização ofertem para a sociedade?
Davi Costa - Que
estes(as) profissionais catalisem processos atrelados à dinamização
de redes de comércio justo e solidário, além de formar novos
agentes de desenvolvimento e inovação cujas matrizes de reflexão,
planejamento e ação se amparem na agroecologia e na economia
solidária.
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