quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Professor participa de encontro sobre Unidades de Conservação em Ilhas Oceânicas

Representando o IF Baiano no grupo de Pesquisa Paranoá, o professor José Rodrigues esteve presente no I Encontro de Pesquisa de Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo e Atol das Rocas, que reuniu pesquisadores brasileiros e do exterior. Na oportunidade, o professor apresentou a monografia do estudante da UFBA, Marcéu Lima, realizada sob sua orientação, a respeito da praia do Atalaia, em Fernando de Noronha, PE.

Nesta entrevista, o professor José Rodrigues fala sobre o evento e o estudo sobre a praia de Atalaia.

 

Bem Baiano - É a primeira vez que participa do I Encontro de Pesquisa de Fernando de Noronha, São Pedro e São Paulo e Atol das Rocas? O que o evento traz de contribuição para área? Do que tratou?


José Rodrigues - O Encontro teve foco na discussão de “como integrar a gestão das Unidades de Conservação em ilhas oceânicas do Nordeste?". Esta foi a primeira vez que o Governo Federal, através do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade– ICMBio, realizou um Encontro de Pesquisa específico para tratar das Unidades de Conservação (UCs) localizadas em Ilhas Oceânicas (Parque Marinho de Fernando de Noronha – PARNAMAR; Reserva Biológica Atol das Rocas e Área de Proteção Ambiental de São Pedro e São Paulo).
Devido as dificuldades logísticas e técnicas da pesquisa científica em ilhas oceânicas, nunca tinha sido possível realizar uma reunião com os principais pesquisadores que desenvolvem estudos nestes ecossistemas. Esta oportunidade, permitiu não só uma grande troca de experiências nas diversas áreas do conhecimento, como também, entendimentos para um grande número de parcerias e possíveis projetos interinstitucionais.
Bem Baiano - Qual a importância dos pesquisadores do IF Baiano estarem inseridos nessas discussões?
José Rodrigues - A presença de pesquisadores do IF Baiano neste seleto grupo de discussões (foram selecionados menos de 50 participantes) estabelece uma oportunidade ímpar para ampliação dos estudos em ambientes tão singulares e especiais. Os estudantes dos nossos cursos de Meio Ambiente, Biologia, Geografia, Turismo, dentre outros, terão maiores possibilidades de integrar projetos de pesquisa em parceria com os mais renomados centros de pesquisa do Brasil, bem como, realizar estágios no próprio ICMBio ou em Projetos vinculados a estas Unidades de Conservação (Projeto Golfinho Rotador, Projeto Tamar, etc.).


Bem Baiano - Qual era o foco da pesquisa sobre a praia do Atalaia e o que apontou como resultados/perspectivas para área?
José Rodrigues - A Praia do Atalaia é um dos roteiros mais procurados em Fernando de Noronha e possui importância ambiental reconhecida internacionalmente (Patrimônio Natural da Humanidade – UNESCO). Além disso, é uma área que tem gerado conflitos entre os moradores, visitantes, condutores e agentes ambientais. Para contribuir com o entendimento da dinâmica do uso público desta praia, foram estudados diferentes indicadores geoambientais e socioeconômicos, sendo também medidos os seus respectivos graus de atratividade.
A qualidade recreacional desta praia foi bem avaliada, estando relacionado com as ótimas condições em que este ambiente se encontra: alta biodiversidade, bela paisagem natural e presença de UC e suas estratégias de preservação. Todavia, apesar dos trabalhos de conservação desenvolvidos na área, foi possível identificar impactos antrópicos globais como branqueamento de corais e presença de lixo marinho oceânico. A avaliação destes indicadores permitiu gerar informações científicas para distintos atores sociais - pesquisadores, usuários, moradores e gestores –contribuindo, portanto, com as tomadas de decisões para o manejo da atividade recreacional desta praia.


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O grupo de pesquisa Paranoá é formado por pesquisadores e estudantes de várias instituições de ensino e vem desenvolvendo diversos estudos sobre o litoral brasileiro. Dentre os projetos em andamento estão: Protocolo para o Gerenciamento Costeiro: uma abordagem com base na gestão de praias arenosas em unidades de conservação, auxílio financeiro do CNPq; Definição de Limites Ecológicos e Ambientais para o Uso Recreacional de Praias Arenosas: utilizando o Sistema de Modelagem Costeira – SMC, em parceria com o Instituto de Geociências da UFBA e auxílio financeiro do CNPq; Valoração Ecossistêmica de Ambientes Costeiros e seus Recursos Geoambientais, em parceria com o Instituto de Geociências da UFBA e auxílio financeiro do CNPq; MARPLAST em parceria com o Instituto de Oceanografia da USP – IOUSP, financiamento da PLASTVIDA.

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