sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Pós-Graduação Stricto Sensu no Semiárido: oportunidades e desafios


Até o dia 15 de janeiro, o Instituto Federal Baiano (IF Baiano) está com inscrições abertas para o processo seletivo do Mestrado Profissional em Produção Vegetal no Semiárido (MPPVS). 
 
O curso gratuito, com oferta no Campus Guanambi, tem 13 (treze) vagas e destina-se à qualificação de profissionais para intervenção e resolução de problemas que limitam a produção vegetal no semiárido. 
 
Para saber mais sobre o curso, dois estudantes conversaram com a equipe do Bem Baiano sobre a rotina deles:


Bem Baiano – Por que escolheu esse mestrado?
Cleiton Brito - Sou de origem rural inserida na região semiárida. Convivi durante muito tempo com os problemas da produção vegetal da região. Nesse sentido, vi, no curso, a possibilidade de trabalhar com soluções e alternativas para a produção vegetal na região semiárida e poder dar uma resposta à sociedade para os problemas outrora “sem solução”.  
Geovane Azevedo - Foi para me atualizar na área em que trabalho, visto que tem foco na área de fisiologia vegetal e em culturas irrigadas e de sequeiro.
A possibilidade de cursar o mestrado próximo de minha casa e do meu trabalho viabilizou o deslocamento e a conciliação com o meu trabalho.
A estrutura física e o corpo docente da unidade também foram decisivos na minha escolha, o que tem facilitado na execução dos trabalhos e experimentos.

Bem Baiano – O que está achando do curso?
Cleiton Brito - Atende às expectativas e, com a extrapolação dos resultados das pesquisas, ou seja, dos produtos que serão gerados, haverá um impacto positivo para o setor produtivo inserido na região semiárida.  
Geovane Azevedo - Encontrei um grupo envolvido com o projeto de implantação inicial do curso, preocupado com a qualidade das aulas, horários, metodologias utilizadas, enfim com o desenrolar harmonioso das atividades inerentes ao curso.
Outro aspecto bastante importante é a estrutura de laboratórios e biblioteca que contribuíram e muito têm contribuído como apoio aos estudos e na execução dos trabalhos práticos efetuados durante as aulas.
O apoio da instituição aos alunos de outras cidades onde foi disponibilizado uma residência também foi importante para os estudantes do mestrado.

Bem Baiano – Mais interessante e desafiador?
Cleiton Brito - O mais interessante e, ao mesmo tempo, desafiador é a busca por soluções e alternativas para a produção vegetal no sistema Água - Solo - Planta - Atmosfera da região semiárida.
Geovane Azevedo - O mais interessante: a possibilidade de viabilizar a participação do profissional que está em plena atividade de trabalho. Com a implantação do mestrado no interior do Estado da Bahia, o curso não perde em qualidade e viabiliza a participação dos profissionais que não tem disponibilidade de realizar o investimento financeiro para a manutenção e o deslocamento.
O mais desafiador: acredito que seja a necessidade de ampliação da estrutura e suporte específico.

Bem Baiano – O que esse mestrado irá agregar mais à sua vida?
Cleiton Brito - Proporcionará uma visão integrada e ampla de como trabalhar com a produção vegetal na região semiárida, dessa forma os profissionais formados terão capacidade de extrapolar os conhecimentos adquiridos para a sua vida profissional.
Gostaria de seguir carreira acadêmica e trabalhando com os objetos de pesquisa da região semiárida. No entanto, outra opção que me desafia seria montar uma empresa de assistência técnica, tendo como foco a região semiárida.  
Geovane Azevedo - Possibilitará a abertura de novos projetos tanto na área acadêmica pública e privada quanto na área de consultorias e assistência técnica.
Tenho experiência na carreira acadêmica e pretendo continuar me preparando para concursos da área acadêmica.
A participação de outros docentes de outras instituições muito contribuiu para o curso. 
A troca de experiência e informações acrescentaram muito e que devem ser preservadas e incentivadas a participação de outros docentes” 
- Geovane Azevedo, estudante do mestrado -



Praticamente, todos os profissionais transmitem a teoria aliada a suas experiências práticas de convívio com a produção vegetal. Dessa forma, os alunos passam a ter uma visão ampliada do sistema produtivo, o que é de grande importância para os mestrandos que estão trabalhando numa região desafiadora como a semiárida

- Cleiton Brito, estudante do mestrado -

Perfis:

Cleiton Fernando Barbosa Brito: formação superior (Engenheiro Agrônomo - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Baiano - Campus Guanambi). Tema: cultura de ciclo longo - abacaxizeiro. Produto: artigo científico ou cartilha;

Geovane Teixeira de Azevedo: formação superior (Engenheiro Agrônomo – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB). Tema: avaliações fisiológicas de híbridos de maracujá amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa) enxertado em maracujá-do-mato - (Passiflora cincinnata Mast.) quanto à sensibilidade ao estresse hídrico.


Com a palavra a Coordenação do Mestrado
 
Bem Baiano – O desempenho da primeira turma?
Carlos Elízio Cotrim - O desempenho acadêmico da primeira turma foi bom. Quanto à
participação em eventos, parte do corpo docente que atua no mestrado (permanente ou colaborador) participou de eventos científicos nacionais e internacionais como de eventos locais e regionais na área de extensão.

Bem Baiano – O que teve de mais desafiador?
Carlos Elízio Cotrim - A atuação em três níveis de ensino de forma concomitante que é uma verdadeira ginástica cerebral diante das abordagens de conteúdos e de interesses dos diferentes públicos.

Bem Baiano – O que o mestrado mais agrega ao pilar Pesquisa do IF Baiano?
Carlos Elízio Cotrim - Com o aumento da quantidade e da qualidade dos trabalhos de pesquisa desenvolvidos pelo Instituição e com a possibilidade de inovação tecnológica para o desenvolvimento do semiárido brasileiro, promovendo uma maior interação com instituições públicas, empresas privadas e agricultores familiares parceiros e desenvolvimento de pesquisa em sintonia com a demanda da comunidade e não somente da própria cabeça dos pesquisadores.

As pesquisas gerarão produtos ou protótipos direcionados para resolver problemas 
do semiárido como, por exemplo, a utilização de água de baixa qualidade, o déficit hídrico, 
a definição de sistemas para a segurança produtiva de culturas xerófitas, a sustentabilidade 
e a resiliência dos sistemas de produção sejam eles irrigados ou de sequeiro” 
- Carlos Elízio Cotrim, coordenador do mestrado -

Saiba mais:

Pesquisas em andamento:

- Caracterização fisiológica e fitotécnica de cultivares de bananeiras tipo Pacovan, Cavendish e Maçã em ambiente semiárido;

- Uso de estratégias metodológicas no ensino da botânica para alunos da EJA;

- Desenvolvimento, avaliação e difusão de uma ferramenta para manejo de irrigação, acessível aos produtores da agricultura familiar;

- Uso de diferentes lâminas de irrigação com água salina na cultura do abacaxi Perola;

- Avaliações fisiológicas de híbridos de maracujá amarelo enxertado em maracujá-do-mato quanto à sensibilidade ao estresse hídrico;

- Eficiência de uso da água em cultivares de mamoneira;

- Estabelecimento de faixas de suficiência para diagnostico nutricional da palma forrageira ‘Gigante’;

- Comportamento da palma forrageira cultivada sob diferentes populações;

- Produção de pimentão sob diferentes estratégias de irrigação com e sem cobertura do solo, no semiárido baiano;

- Estratégia de utilização de água salina no cultivo de palma Forrageira.

Produtos: artigos, boletins técnicos de extensão, dissertação e desenvolvimento de um laboratório vivo para ensino na EJA.

Perfil da 1a turma: 30% dos alunos selecionados são de agrônomos recém-formados, egressos do próprio IF Baiano Campus Guanambi, sendo que um deles já atua como profissional técnico de órgão público desde a graduação. Os outros 70% são profissionais com atuação no mercado de trabalho em diferentes órgãos ou empresas e até como autônomo (instituto estadual de meio ambiente, prefeitura municipal, empresa agrícola privada, rede estadual de ensino, órgão público federal de infraestrutura e profissional autônomo).

Fotografia: Acervo / Coordenação do Mestrado






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