Que
tal observar o céu e conhecer um pouco os mistérios do universo?
Mobilizado por inquietações
tão peculiares de cientistas, Sávio Negrão, egresso do curso
técnico integrado em agroecologia do Instituto Federal Baiano (IF
Baiano) – Campus
Valença
e ex-integrante do Projeto “Conversando com as Estrelas”,
coordenado pelo professor Igor Chaves, criou um site sobre
a temática Astronomia.
“A necessidade (demanda) de criar o site surgiu ao perceber que poucas pessoas se interessam pelo conhecimento científico, talvez seja por não estarem informadas ou por acharem que é algo complicado, e meu site veio justamente para provar o contrário, veio para estimular o conhecimento da Física e da Astronomia e mostrar que qualquer pessoa pode se tornar um jovem cientista, basta ter dedicação”, explica Sávio. “Além de gostar de Astronomia, sou técnico em informática, o que facilitou para que eu pudesse desenvolver um site e um aplicativo para Android”, complementa.
Curioso
quanto a questões como surgimento do universo e antecedentes ao Big
Bang, Sávio diz que sua participação no projeto aumentou sua
vontade pela carreira científica e seu interesse pela graduação em
Física. “Esperamos que, ao final do trabalho, a comunidade
escolar, não só do nosso campus,
mas também da nossa região, seja conduzida a uma reflexão sobre a
ciência e a importância da carreira científica”, entusiasma
Sávio.
Quanto
ao futuro, Negrão almeja trazer a comunidade para reuniões em em
noites de observações astronômicas com o intuito de despertar o
desejo pela área científica. E, quanto à sua vida profissional,
desenvolver ainda mais projetos relacionados à Astronomia e
continuar o estímulo dessa carreira nos jovens.
Como é o Projeto “Conversando
com as Estrelas” (coordenação Igor Chaves):
Bem
Baiano - Como
surgiu a ideia para desenvolver o projeto no campus?
Igor
Chaves - Em
2012, iniciei as observações astronômicas como parte das
atividades práticas da disciplina de Física. Observando o interesse
dos alunos e servidores do campus
e verificando a forma incipiente como essa temática é trabalhada no
Brasil, a despeito do que acontece em outros países, formulamos o
projeto de pesquisa.
Bem
Baiano - Como
funcionou a operacionalização do projeto?
Igor
Chaves -
O projeto consistiu no planejamento e na execução de oficinas e
atividades de observação astronômica norteadas por temáticas
interdisciplinares visando inspirar a vocação à carreira
científica. Assim, o projeto foi operacionalizado em cinco momentos:
1. Revisão bibliográfica; 2. Oficinas; 3. Execução das
observações astronômicas; 4. Aplicação de instrumentos de
avaliação e análise dos resultados obtidos; 5. Publicação dos
resultados visando subsidiar práticas pedagógicas na área.
Bem
Baiano - Sentiu
algum impacto na rotina acadêmica dos estudantes?
Igor
Chaves -
Sim. A disciplina Física é, por vezes, estigmatizada o que cria uma
certa resistência por parte do alunos, dificultando o aprendizado.
Quando os conhecimentos são apresentados em um contexto estimulante,
existe um impacto direto no interesse dos estudantes, o que acaba
sendo extrapolado para a sala de aula. Um dado interessante é que,
em 2014, cerca de 20% dos alunos formandos ingressaram em cursos na
área de ciências básicas, a maioria na área Física.
Bem
Baiano – Prazo
para o projeto?
Igor
Chaves -
Apesar do projeto ter sido executado em 2014 e 2015, ele tem caráter
cíclico, ou seja, deve-se iniciar um novo ciclo a cada ano,
inclusive agregando novos bolsistas e voluntários. Em 2016, o
projeto terá um caráter mais extensionista, abrangendo a comunidade
das escolas públicas do município de Valença e região.
Projeto/Resultados
alcançados (Igor Chaves) –
O trabalho utilizou a Astronomia e visava despertar nos jovens da
nossa comunidade a vocação pela ciência. Segundo os dados,
estudantes
possuem grande curiosidade científica. Entretanto, 52% desses alunos
têm dificuldades nessa área, sendo que todos sinalizam que o
aprendizado de ciências é mais efetivo em atividades práticas como
as realizadas no projeto. São
evidenciados o
potencial da Astronomia para cativar e motivar os jovens em busca do
conhecimento científico: cerca
de 81% dos alunos nunca tinham tido contato com um telescópio, mas
todos gostaram da experiência, sendo que 90% pretendem observar o
céu noturno regularmente e 45% deles manifestaram o desejo de serem
cientistas.
Aprovado
no edital PROPES 01/2014. Dois bolsistas CNPq e dois voluntários.
Bolsistas e voluntários do projeto apresentaram os resultados no
FMEPT 2015 (Fórum
Mundial de Educação Profissional e Tecnológica),
na MIC 2014 (Mostra de Iniciação Científica) e na MIC 2015.
“A demanda de alunos interessados em participar das atividades
de observação e de atuarem como bolsistas/voluntários do projeto
cresceu significativamente durante o período de execução do projeto. Identificamos
de observação e de atuarem como bolsistas/voluntários do projeto
cresceu significativamente durante o período de execução do projeto. Identificamos
também o aumento de discentes interessados
na carreira científica, sobretudo na área de ciências exatas”
- Igor Chaves, professor de Física -
na carreira científica, sobretudo na área de ciências exatas”
- Igor Chaves, professor de Física -
Fotografia: Acervo
pessoal / Igor J. C. Oliveira – Sávio Negrão
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