Para
um cientista no Brasil, a bolsa de produtividade em pesquisa
significa valorização de sua produção acadêmica. Para Vagson
Carvalho, professor de Física do Instituto Federal Baiano (IF
Baiano) – Campus
Senhor do Bonfim, acostumado ao universo das teorias, apenas
reconhecimento. “Não existem mudanças bruscas na vida do
pesquisador no instante em que ele recebe a bolsa, uma vez que a sua
carreira foi construída ao longo dos anos. Entretanto, o fato de ser
reconhecido por seus pares e pela sociedade científica do país o
incentiva cada vez mais a continuar seu trabalho”, frisa.
Docente da instituição há 12 anos, ele já lecionou nos cursos técnicos, superiores e pós-graduação. Hoje, vivencia a sala de aula nas primeiras séries dos cursos integrados e as produções oriundas do trabalho de pesquisa. Ao todo, são 15 artigos publicados em periódicos (11, em periódicos internacionais e na área de Física; quatro, em periódicos nacionais e na linha de Ensino de Física); dois capítulos de livro na área de Ensino de Ciências e Educação do Campo; três trabalhos e diversos resumos em anais de eventos.
Docente da instituição há 12 anos, ele já lecionou nos cursos técnicos, superiores e pós-graduação. Hoje, vivencia a sala de aula nas primeiras séries dos cursos integrados e as produções oriundas do trabalho de pesquisa. Ao todo, são 15 artigos publicados em periódicos (11, em periódicos internacionais e na área de Física; quatro, em periódicos nacionais e na linha de Ensino de Física); dois capítulos de livro na área de Ensino de Ciências e Educação do Campo; três trabalhos e diversos resumos em anais de eventos.
Em
entrevista ao Bem Baiano, Vagson, primeiro professor do Instituto a
conseguir uma bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq (Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), fala sobre
sua atuação científica e seus projetos.
Bem Baiano – Quando
começou sua atuação como pesquisador?
Vagson Carvalho - É
uma boa pergunta. Quando ingressei no ensino superior, pouco se
falava em pesquisa na Universidade. Não existiam as bolsas de
iniciação científica ou qualquer outra de natureza semelhante
(pelo menos, não no departamento onde eu estudava).
Assim, até onde lembro,
o primeiro trabalho de pesquisa que me envolvi não foi dentro da
área de Física. A partir de uma atividade pedagógica realizada no
ano de 2005 na Escola Agrotécnica (ex-EAF – Senhor do Bonfim),
fizemos um levantamento da quantidade de estudantes em nível de
ensino médio que haviam tido algum tipo de contato com drogas
lícitas ou ilícitas. Com os resultados em mãos, fui incentivado a
publicá-los nos Cadernos Temáticos do Ministério da Educação.
Assim, o trabalho foi aceito e, no ano de 2007, tive meu primeiro
trabalho publicado, juntamente com a professora Edna Maria de
Oliveira Ferreira, cujo título é “Estudo bioquímico-fisico
dos efeitos das drogas no corpo humano: uma proposta
interdisciplinar”.
Nessa época, eu já
havia de fato iniciado minhas atividades de investigação em Física
(Universidade Federal de Viçosa). Assim, se pensarmos somente em
atividades investigativas na área de Física, creio que sou
pesquisador desde 2006.
Desde então, uma vez que
sou físico teórico, tenho me dedicado às pesquisas na área de
magnetismo em conjunto com pesquisadores da Universidade Federal de
Viçosa, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Universidad de
Santiago de Chile, Universidad de Chile e, mais recentemente, estou
em fase de finalização de um trabalho a ser publicado juntamente
com pesquisadores da Universidade da Califórnia, San Diego.
Bem Baiano – Sua
área de atuação na pesquisa?
Vagson Carvalho - A
linha de pesquisa a que venho me dedicando ao longo dos últimos
cinco anos é nanomagnetismo cuja área de pesquisa é Física da
Matéria Condensada. Em geral, os trabalhos que tenho participado têm
estudado os efeitos que a curvatura produz sobre as propriedades de
nanopartículas magnéticas. São trabalhos de cunho teórico, isto
é, realiza-se cálculos analíticos e numéricos no intuito de
realizar previsões e explicar fenômenos encontrados em laboratório
por físicos experimentais.
Há aproximadamente um
ano, venho realizando trabalhos juntamente com os professores Alisson
Jadavi Pereira da Silva, Márcio Lima Rio e Antonio Souza Silva.
Esses trabalhos possuem um caráter experimental e teórico. Minha
participação nesses trabalho tem sido a de construir modelos
matemáticos computacionais para descrever a evolução e calcular o
volume de solo deslocado por um processo de voçorocamento bem como
modelos analíticos para descrever a decomposição de palha
depositada sobre o solo.
Bem Baiano – Qual
a importância dessa bolsa de produtividade para sua vida de
pesquisador?
Vagson Carvalho - O
reconhecimento do CNPq (Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e de
seus pares sobre o trabalho que um pesquisador vem realizando ao
longo de sua carreira.
Dentre outras coisas, o
compromisso do pesquisador com a pesquisa passa a ser mais sério e
haverá uma tentativa de realizar trabalhos cada vez mais
sofisticados e elaborados uma vez que seu trabalho passará a ser
observado por outros pesquisadores do país com mais atenção. Além
disso, a bolsa produtividade é um incentivo ao pesquisador para que
ele continue seu trabalho e evolua ao longo de sua carreira.
No caso do IF Baiano,
assim como para o pesquisador, as mudanças ocorrem ao longo do
desenvolvimento dos trabalhos que o fizeram obter a bolsa de
produtividade em pesquisa. Enquanto os trabalhos são realizados,
parcerias com centros tradicionais de pesquisa são estabelecidas e,
consequentemente, o nome do IF Baiano estará junto ao de
instituições reconhecidas no país e no exterior.
Critérios:
- Destinada a pesquisadores;
- O pesquisador deve possuir o título de doutor ou perfil científico equivalente; ser brasileiro ou estrangeiro com situação regular no país; dedicar-se às atividades constantes de seu pedido de bolsa; poderá ser aposentado desde que mantenha atividades acadêmico-científicas oficialmente vinculadas a instituições de pesquisa e ensino;
- Ter mínimo de três anos desde a conclusão do doutorado;
- Comitês de Assessoramento atribuem a classificação, o enquadramento e a progressão do bolsista de Produtividade em Pesquisa;
- Critérios considerados independentemente dos Comitês: a) mérito científico do projeto; b) relevância, originalidade e repercussão da produção científica do candidato; c) formação de recursos humanos em nível de Pós-Graduação; d) contribuição científica, tecnológica e de inovação, incluindo patentes; e) coordenação ou participação em projetos e/ou redes de pesquisa; f) inserção internacional do proponente; g) participação como editor científico; h) participação em atividades de gestão científica e acadêmica;
- Propostas também são analisadas segundo: a) foco nos grandes problemas nacionais; b) abordagens multi e transdisciplinares; c) impacto social; d) comunicação com a sociedade; e) interação com o parque produtivo; f) conservação ambiental;
- Número de publicações do proponente, atuação em coordenações e orientações de estudantes de pós-graduação, média de duas publicações anuais em periódicos de grande relevância na área; citações que trabalhos recebem ao longo dos anos para avaliar o impacto e a relevância dos trabalhos;
- Critérios revistos a cada três anos.
Eventos / Premiações:
- Encontro anual da Sociedade Brasileira de Física, o Encontro de Física da Matéria Condensada, que é o maior evento de Física do país (desde 2008);
- Artigo “Miniaturization of vortex comprising systems using ferromagnetic nanotori” (publicado no periódico Journal of Applied Physics, selecionado pelo The Virtual Journal of Nanoscale Science and Technology, de 08 de Novembro de 2010, Vol. 22, como um dos melhores trabalhos na área de nanotecnologia daquele ano).
Fotografia: Antonio Souza
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