Dentro
dessa proposta, o IF Baiano atua na proposta de diálogo com os
Territórios de Identidade para dimensionar a própria atuação e os
resultados esperados para um IF, destaca
o
coordenador Seixas.
“Deve
possibilitar ao indivíduo a formação de conhecimentos a partir da
interação com o seu espaço, o qual deve ser problematizado,
investigado, confrontado, para poder ser conhecido e transformado”,
fala Marcos.
Nessa
linha, a formação para o trabalho dentro do Instituto ultrapassa o
pensamento de educação profissional como instrumento que atende
exigências do mercado. Antes da execução dos cursos, por exemplo,
a instituição realiza um estudo de demanda de natureza social,
econômica e institucional que considera a inserção inserção
regional e a
área
de abrangência de cada curso. Marcos fala sobre os quatro fatores
considerados na análise: ocupacional (caracterização do trabalho e
dos empregos formal e informal predominantes); setorial (entendimento
do cenário dos principais setores econômicos demandantes);
educacional (investigação sobre os níveis de escolaridade e as
ofertas educativas existentes); educativo (prospecção dos vetores
de desenvolvimento a partir da vocação produtiva local). “Aspectos
e informações que promovem a inserção do IF Baiano nos
Territórios de Identidade da Bahia devem estar consubstanciados no
acompanhamento permanente do perfil socioeconômico-político-cultural
da região de abrangência”, pontua Marcos.
A
pró-reitora Garcia pontua que os
objetivos de atendimento aos arranjos produtivos, culturais e sociais
também acontecem pelo
contato de servidores e estudantes com a realidade local e regional
através dos projetos de extensão. “As
ações de extensão, além do processo educativo, apontam como
possibilidade de retorno o desenvolvimento local no sentido de
despertar para emancipação e autonomia das comunidades”, explica
Rita.
O
professor e diretor acadêmico do IF Baiano – Campus
Serrinha, Davi Costa, complementa ao falar sobre a articulação dos
NEDETs (Núcleos
de Extensão em Desenvolvimento Territorial)
com os colegiados e os grupos produtivos (associações,
cooperativas). “Além
desta atuação, eminentemente atrelada ao Território, existe o CVT
- Centro
de Vocação Tecnológica que ultrapassa esses
limites territoriais e passa a ter uma ação multiterritorial e
ações de extensão e pesquisa que possuem esta inserção
contextualizada com o planejamento dos territórios”, lembra.
Para
Mônica Carmo, estudante do 2º semestre da especialização em
Inovação Social com ênfase em Economia Solidária e Agroecologia,
promovido no Campus
Bom Jesus da Lapa, o IF Baiano atende a vocação territorial,
especialmente nos cursos implantados. No ano passado, por exemplo,
começou a atuar no NEDET - Núcleo de Extensão e Pesquisa em
Desenvolvimento Territorial do Território Velho Chico e considera
essa como uma oportunidade gerada após sua entrada no Instituto pelo
estágio que fez, no LaPPRuDes - Laboratório de Políticas Públicas,
Ruralidades e Desenvolvimento Territorial, quando cursava o técnico
em agricultura.
Mônica
destaca que a presença do IF Baiano não só impacta na vida
profissional das pessoas, mas oportuniza: “criamos nossas redes de
contatos através do nosso estudo, estágios, pesquisa que abrem as
portas para o mercado de trabalho e até gera empregos, especialmente
por meio da pesquisa e da extensão que podem ser potencializadas”,
afirma. “Uma instituição do porte do IF interfere
significativamente nas dinâmicas territoriais, pois formam pessoas
que irão utilizar o conhecimento para melhor desenvolver seus
trabalhos bem como influencia na construção dos conhecimentos
técnicos, científicos e na (re)significação e valorização dos
saberes tradicionais”, complementa.
João
Antônio Oliveira, formado no curso técnico em administração pelo
Polo e-Tec
de Mundo Novo, diz que a existência do IF Baiano o ajuda a obter
conhecimentos úteis para toda a vida, além de sua qualificação.
“De grande relevância, a possibilidade de fazer um curso técnico
sem precisar se deslocar para outras cidades”, declara. João
reforça sobre o compromisso de professores, tutores e coordenadores
em disporem de cursos bons de qualidade e competência.
“O
IF Baiano não pode deixar de assumir o seu papel
nesta
construção de redes de atuação que potencializam os territórios
a partir de suas vocações e, sobretudo, de suas demandas
articuladas através de colegiados, que são compostos por
representações da sociedade civil, movimentos sociais, instituições
públicas etc”
-
Davi Costa, diretor acadêmico do IF Baiano - Campus
Serrinha -
NEDET
- Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial:
- Fomento do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico;
- Implantação de seis Núcleos no IF Baiano;
- Ações: assessoramento, acompanhamento e monitoramento das iniciativas de desenvolvimento territorial.“Os Territórios possuem muitas demandas intimamente imbricadasao setor agropecuário. Nosso maior desafio é garantir que os atoressociais do campo consigam estar matriculados e possam, comqualidade, realizar a formação”- Davi Costa, diretor acadêmico do IF Baiano - Campus Serrinha -
Atuação
no campus:
Em
entrevista ao Bem Baiano, a professora de geografia e coordenadora do
Nedetes - Núcleo
de Extensão em Desenvolvimento Territorial do Extremo Sul da Bahia,
Cintya Flores, fala sobre o envolvimento do Núcleo no Comitê
Estadual de Acompanhamento dos NEDETs da Bahia, a influência dessa
atividade no seu cotidiano e o trabalho realizado no município.
Bem
Baiano - Qual
a importância de o IF Baiano estar participando do Comitê Estadual
de Acompanhamento dos NEDETs da Bahia?
Cintya Flores – Sendo o IF Baiano uma instituição de forte vocação rural, sobretudo no Campus Teixeira de Freitas que assumiu o compromisso de dar continuidade ao sério trabalho de formação de técnicos de agropecuária que a Ceplac fazia, através da Emarc, há mais de 30 anos no território, fazer parte do Colegiado é mais do que interessante. O Colegiado é composto, sobretudo por povos e comunidades do campo, e nele se discute quais as reivindicações e as ações que serão estabelecidas ou que lutaremos para estabelecer no território. O IF Baiano fortalece o Território, apoia e subsidia a elaboração de projetos; oferece espaço para realização de atividades e disponibiliza transporte público.
Cintya Flores – Sendo o IF Baiano uma instituição de forte vocação rural, sobretudo no Campus Teixeira de Freitas que assumiu o compromisso de dar continuidade ao sério trabalho de formação de técnicos de agropecuária que a Ceplac fazia, através da Emarc, há mais de 30 anos no território, fazer parte do Colegiado é mais do que interessante. O Colegiado é composto, sobretudo por povos e comunidades do campo, e nele se discute quais as reivindicações e as ações que serão estabelecidas ou que lutaremos para estabelecer no território. O IF Baiano fortalece o Território, apoia e subsidia a elaboração de projetos; oferece espaço para realização de atividades e disponibiliza transporte público.
Bem
Baiano -
Como
essas discussões influenciam você, enquanto docente do IF Baiano,
na sua rotina profissional?
Cintya Flores – Desempenho muitas atividades: reuniões com entidades, secretarias municipais e estaduais e instituições; mesas de diálogo sobre desenvolvimento territorial, agroecologia, movimento de mulheres e juventude rural; sistematizamos as ações no grupo de pesquisa Nupedet (Núcleo de Pesquisa em Desenvolvimento Territorial) e produzimos artigos e trabalhos acadêmicos; em sala de aula, tenho tentado demonstrar ao aluno o quanto a democracia pode ser também, direta, não apenas representativa (temos que ter autonomia e nos empoderar dos processos de decisão dos espaços que ocupamos seja ele em casa, na escola, no trabalho e na vida de modo geral).
Cintya Flores – Desempenho muitas atividades: reuniões com entidades, secretarias municipais e estaduais e instituições; mesas de diálogo sobre desenvolvimento territorial, agroecologia, movimento de mulheres e juventude rural; sistematizamos as ações no grupo de pesquisa Nupedet (Núcleo de Pesquisa em Desenvolvimento Territorial) e produzimos artigos e trabalhos acadêmicos; em sala de aula, tenho tentado demonstrar ao aluno o quanto a democracia pode ser também, direta, não apenas representativa (temos que ter autonomia e nos empoderar dos processos de decisão dos espaços que ocupamos seja ele em casa, na escola, no trabalho e na vida de modo geral).
Atividades
do Nedetes - Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial do
Extremo Sul da Bahia:
- Participação na realização das Conferências Territoriais de Juventude Rural, Mulheres, ATER, Segurança Alimentar;
- Realização de mesas de diálogo sobre agroecologia, desenvolvimento territorial;
- Assessoria às plenárias territoriais;
- Assessoria na elaboração do planejamento de ações do Colegiado de 2015;
- Assessoria na realização do PPA-p 2016-2018;
- Participação em eventos nacionais e internacionais voltados ao Desenvolvimento Territorial;
- Apresentação de trabalhos científicos;
- Processo de elaboração de um livro denominado Desenvolvimento Territorial no Extremo Sul da Bahia;
- Articulação entre instituições, entidades e território para mobilizá-los a fazer parte do Colegiado Territorial com ampliação de 60 para 110 entidades homologadas no Colegiado;
- Lançamento de informações sobre o Território no Sistema de Gestão Estratégica (SGE) do Ministério de Desenvolvimento Agrário, fazendo com que os dados do Extremo Sul passem a aparecer no sistema desde agenda até composição do colegiado, dos comitês e das câmaras temáticas/técnicas.
Equipe
do Nedetes - Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial do
Extremo Sul da Bahia:
- Coordenadora do Nedetes, Cintya Flores;
- Assessora de mulheres, Patrícia Pimentel: docente e mestre em extensão rural do IF Baiano que desenvolve o trabalho de articulação e fortalecimento da mulher no campo;
- Assessor de inclusão produtiva, Tadeu Mageste: engenheiro florestal (mais de 18 anos de experiência em extensão rural no território) que atua no fortalecimento da participação nas políticas de inclusão produtiva;
- Assessora de Gestão Social, Daniella Ribeiro: geógrafa que realiza a mobilização de atores, entidades e debates de interesse do território e o registro das atividades realizadas através do sistema SGE do Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA;
- Dois bolsistas de iniciação ao Extensionismo, Quetine e Luciano: estudantes de Biologia da UNEB – Universidade do Estado da Bahia que registram, sistematizam, transcrevem entrevistas e dialogam com os atores.
Fotografia:
Acervo
de Cintya Flores / Fotos das plenárias do Colegiado Territorial
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