O
ambiente de trabalho pode ser inspirador para novas descobertas
científicas. Assim,
foi para a professora e pesquisadora Marília Dantas no
espaço físico do Instituto Federal Baiano (IF Baiano) – Campus Governador Mangabeira. “Após a identificação de algumas espécies
de Meliponini
na área do campus,
surgiu o interesse de realizar um levantamento de ninhos para
identificar as espécies existentes no local e as espécies arbóreas
utilizadas como substratos de nidificação”, explica
sobre o interesse em realizar
o projeto “Distribuição
especial de ninhos de meliponíneos
em Governador Mangabeira”
.
A
professora destaca
que “as
abelhas representam um grupo muito importante para manutenção e
conservação dos ecossistemas. Em ambientes naturais tropicais, se
destacam os meliponíneos que agrupam numerosas espécies de
organismos sociais com comportamentos complexos. A ecologia desse
grupo desperta enorme interesse também porque são polinizadores
importantes da flora nativa nas vegetações de floresta, cerrados,
caatingas e se destacam entre os insetos visitantes de flores nos
ecossistemas tropicais como a Mata Atlântica”, relata
Dantas.
“De
uma análise de distribuição espacial
de ninhos em uma determinada área, aliada a informações
complementares sobre os substratos utilizados para nidificação,
pode discriminar tendências gerais a serem aplicadas em uma
discussão sobre o processo de escolha empregado pelas espécies do
grupo”, continua
ao descrever a importância do projeto para a
área.
Marília
afirma
que as descobertas beneficiarão
pequenas comunidades do município de Governador Mangabeira e
da região com
o repasse das informações
sobre
as espécies de meliponineos existentes, assim como das espécies
arbóreas mais utilizadas por essas abelhas. “Será
possível criar espécies de abelhas sem ferrão e selecionar as mais
produtivas da área o que permitirá uma ampliação de alternativas
de renda familiar complementar para pequenas comunidades rurais”,
finaliza.
Resultados
alcançados
- Foram encontrados 39 ninhos da subtribo Meliponini;
- São representados por cinco gêneros: Nannotrigona (49%), Partamona (18%), Trigona (15%), Tetragonisca (13%) e Oxytrigona (5%);
- Enxames foram localizados em substratos artificiais (31%) e árvores vivas (69%) sendo que Schinus terebinthifolia Raddi (aroeira) e Artocarpus heterophyllus Lam (jaqueira) as espécies arbóreas com maior abundância de meliponíneos;
- Distância média observada entre os ninhos foi de 31,5m (± 26,5m) e índice de distribuição espacial encontrado foi de -0,72 (indica existência de distribuição agrupada).
Grupo
de Pesquisa:
Lattes
da pesquisadora:
- Estuda abelhas desde a sua graduação em Biologia, em 2001;
- Dedica seus estudos à espécie Meliponini desde o doutorado quando pesquisou o mesmo grupo num área de Mata Atlântica no Baixo Sul da Bahia.
Fotografia:
Marília
Dantas
Legenda:
Ninhos de Meliponini encontrados em cavidades arbóreas na área de
estudo
Nenhum comentário:
Postar um comentário