quarta-feira, 27 de julho de 2016

Estudo sobre abelhas possibilita alternativa para renda familiar de comunidades rurais

O ambiente de trabalho pode ser inspirador para novas descobertas científicas.  Assim, foi para a professora e pesquisadora Marília Dantas no espaço físico do Instituto Federal Baiano (IF Baiano) – Campus Governador Mangabeira. “Após a identificação de algumas espécies de Meliponini na área do campus, surgiu o interesse de realizar um levantamento de ninhos para identificar as espécies existentes no local e as espécies arbóreas utilizadas como substratos de nidificação”, explica sobre o interesse em realizar o projetoDistribuição especial de ninhos de meliponíneos em Governador Mangabeira”
.
A professora destaca que as abelhas representam um grupo muito importante para manutenção e conservação dos ecossistemas. Em ambientes naturais tropicais, se destacam os meliponíneos que agrupam numerosas espécies de organismos sociais com comportamentos complexos. A ecologia desse grupo desperta enorme interesse também porque são polinizadores importantes da flora nativa nas vegetações de floresta, cerrados, caatingas e se destacam entre os insetos visitantes de flores nos ecossistemas tropicais como a Mata Atlântica”, relata Dantas.

De uma análise de distribuição espacial de ninhos em uma determinada área, aliada a informações complementares sobre os substratos utilizados para nidificação, pode discriminar tendências gerais a serem aplicadas em uma discussão sobre o processo de escolha empregado pelas espécies do grupo”, continua ao descrever a importância do projeto para a área. Marília afirma que as descobertas beneficiarão pequenas comunidades do município de Governador Mangabeira e da região com o repasse das informações sobre as espécies de meliponineos existentes, assim como das espécies arbóreas mais utilizadas por essas abelhas. “Será possível criar espécies de abelhas sem ferrão e selecionar as mais produtivas da área o que permitirá uma ampliação de alternativas de renda familiar complementar para pequenas comunidades rurais”, finaliza.


Resultados alcançados


  • Foram encontrados 39 ninhos da subtribo Meliponini;
  • São representados por cinco gêneros: Nannotrigona (49%), Partamona (18%), Trigona (15%), Tetragonisca (13%) e Oxytrigona (5%);
  • Enxames foram localizados em substratos artificiais (31%) e árvores vivas (69%) sendo que Schinus terebinthifolia Raddi (aroeira) e Artocarpus heterophyllus Lam (jaqueira) as espécies arbóreas com maior abundância de meliponíneos;
  • Distância média observada entre os ninhos foi de 31,5m (± 26,5m) e índice de distribuição espacial encontrado foi de -0,72 (indica existência de distribuição agrupada).


Grupo de Pesquisa:




Lattes da pesquisadora:




  • Estuda abelhas desde a sua graduação em Biologia, em 2001;
  • Dedica seus estudos à espécie Meliponini desde o doutorado quando pesquisou o mesmo grupo num área de Mata Atlântica no Baixo Sul da Bahia.



Fotografia: Marília Dantas

Legenda: Ninhos de Meliponini encontrados em cavidades arbóreas na área de estudo

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