Residente
do município de Ubaíra, o aluno do 10º
Semestre do Curso de Bacharelado em Zootecnia do IF Baiano Campus
Santa Inês, Lúcio
Cunha Oliveira, 25 anos,
não perde a chance de se envolver nas atividades propostas pelos
professores, já estudou e trabalhou fora do país e acredita na
Zootecnia como “um leque imenso
de
oportunidades”, o
que
torna o zootecnista um profissional relevante não só para o
desenvolvimento da agropecuária, mas socioeconômico do país.
Escolhido
como
o Estudante 10 da Zootecnia Brasileira pela Associação Brasileira
de Zootecnistas (ABZ),
o estudante Lúcio Cunha Oliveira conta, em
entrevista ao Blog Bem Baiano, como
dedicação, acreditar no que faz e ter
a
capacidade de identificar e aproveitar oportunidades podem resultar
em reconhecimento e motivação para seus pares.
BEM
BAIANO - Como
e quando surgiu o interesse pela Zootecnia? Sempre foi sua vontade
seguir essa área?
LÚCIO
CUNHA - Surgiu
quando estava no 2º ano do ensino médio cursando o Técnico em
Zootecnia e ao perceber que a zootecnia era muito mais do que eu
podia perceber até aquele momento. Comecei a vislumbrar que produzir
proteína
animal é muito mais que simplesmente criar animais. É uma junção
de conhecimentos em várias áreas (biologia, fisiologia, bioquímica,
física, matemática, climatologia, etc). Além da nobreza que é
contribuir para alimentação do planeta de forma responsável.
O
que te motivou a procurar o IF Baiano para cursar a graduação?
Pelo
fato de ter cursado o ensino médio/técnico (em Zootecnia) me fez
conceber a ideia de seguir os estudos no IF. Além da qualidade da
estrutura do IF Baiano, do seu corpo docente e técnico, a
proximidade com minha região facilitou ainda mais a ideia de estudar
lá.
Você já
teve alguma
experiência profissional na área? Como foi essa vivência?
Já
tive oportunidade de estagiar na Coordenação dos Cursos Superiores
do IF Baiano -
Campus
Santa Inês, com ênfase na parte de Zootecnia, onde adquiri
experiências na área administrativa, observando com amplitude a
organização do Curso de Zootecnia. Realizei atividades como
desenvolvimento de grade de horários, disciplinas, auxílio na
elaboração de documentos pertinentes ao funcionamento e
reconhecimento do curso (à época ainda não tínhamos o
reconhecimento do Ministério da Educação MEC). Outra oportunidade
foi um estágio na Fazenda Experimental da McGill University, no
Canadá, onde fiz intercâmbio por 18 meses através do Programa
Ciência sem Fronteiras. Neste estágio trabalhei com reprodução de
bovinos leiteiros, e, além das atividades práticas, em parceria com
o grupo ao qual estava inserido, publicamos dois resumos, um no
Canadá, e o mais recente no XXVI Congresso Brasileiro de Zootecnia -
ZOOTEC 2016 .
Na
sua opinião, qual o papel do zootecnista hoje? Qual a relevância
desse profissional no mercado?
É
de fundamental importância a participação do profissional
Zootecnista no agronegócio brasileiro e no desenvolvimento
socioeconômico
rural, de forma que, possui atributos colecionados ao longo da
graduação que lhes é específico e que de certa forma, os demais
colegas profissionais das ciências agrárias (agronomia e medicina
veterinária) acabam não estudando. Isto torna o zootecnista um
elemento chave na produção animal, pois aprofunda-se em pontos que
somente o seu curso é capaz de abordar.
Lúcio se envolve na pesquisa acadêmica desde o 2° semestre do curso. |
Fale
um pouco sobre sua vivência dentro do curso. Procura participar
ativamente das atividades propostas? Participa de projetos de
pesquisa?
Em
qualquer situação, seja ela acadêmica ou não, procuro me envolver
o máximo que posso, embora reconheço que ainda deixo a desejar em
alguns pontos. Peguei muita afeição à projetos de pesquisa, em
especial àqueles
que possam trazer benefícios para a comunidade. Desde o 2º semestre
do curso me
envolvo com projetos de pesquisa e continuo até hoje (no último semestre).
Quais
são suas atividades preferidas dentro do curso? Com qual área da
Zootecnia mais se
identifica?
Tenho
afinidade por estudos de viabilidade e possibilidades de negócios
ligados à Zootecnia. Aspectos ligados à gestão e planejamento.
Inclusive, é um dos projetos que tenho em andamento como Trabalho de
Conclusão de Curso. Também tenho afeição por desenvolvimento
local e social, embora não tenha muita experiência comprovada nesta
área. E uma linha de atuação que me chama atenção
é o papel da proteína animal no desempenho acadêmico de crianças,
porém esse tópico é mais complexo e quem sabe, mais para o futuro.
Tive esse insight
durante
os estudos no Canadá e até fiz
contato
com dois importantes pesquisadores dessa área.
Na
sua opinião, qual o diferencial do curso de Zootecnia do IF Baiano?
O
nosso curso, embora por vezes desacreditado, possui atributos que
fazem dele um bom celeiro de profissionais da área. Inicialmente a
estrutura docente e administrativa é de excelente qualidade, onde
temos um grupo que trabalha, em sua maioria, unido para galgar
grandes conquistas, e esta minha premiação é um exemplo disto, não
é só mérito meu. Aliado à essa estrutura técnica-intelectual,
temos também uma boa estrutura física, com diversos setores
produtivos (Caprino/Ovinocultura, Bovinocultura, Suinocultura,
Avicultura, Apicultura, dentre outras.). Esta junção, somada à
vontade de aprender permite que qualquer estudante de Zootecnia do
campus possa alcançar outros patamares. Arrisco em dizer, que temos
potencial para ser o melhor curso de Zootecnia da Bahia em alguns
anos. Nos falta marketing
e valorização interna.
“Agradeço à direção do Campus Santa Inês por proporcionar a minha ida à Santa maria -RS, para receber esta premiação, e dedico a todos meus professores e colegas estudantes.” |
Como
recebeu o anúncio de que seria premiado pela
ABZ?
Esperava o título de
Destaque Estudantil em Zootecnia?
Quase
não acreditei. Imaginei da seguinte forma: 'o
Brasil é enorme, são 107 cursos de zootecnia no total, cada
instituição pode inscrever um estudante, não dá pra mim'.
Porém, com o incentivo de alguns professores, em especial os
professores
Fred Julião, Clêidida Barros e Elma Amparo
realizamos
a minha inscrição e para minha surpresa, fui contemplado.
A
que você atribui esse reconhecimento?
À
um trabalho contínuo e em conjunto. É fruto de ações diárias, no
entanto ao olhar a premiação pode parecer que caiu do céu, ou que
simplesmente aconteceu, só que se faz com cada dia de ida às aulas,
aos projetos de pesquisa/extensão, participação no Diretório
Acadêmico, ou demais atividades. É um processo de construção
diária. Lógico que depende da minha motivação própria, mas com a
certeza de uma base estrutural do campus
que me possibilitou esta conquista. E o melhor, essas condições
estão abertas à todos estudantes, só depende de cada um. Não é
privilégio meu.
Isso
te motiva a se empenhar ainda mais na área? Acha que reforça a
ideia de que você está no caminho certo?
Com
certeza, não só a premiação mas a ida a um congresso do porte que
foi o ZOOTEC 2016, me motiva ainda mais e me dá certeza que o Campus
Santa Inês tem um curso de excelência e que as coisas continuarão
a acontecer, basta trabalhar diariamente e focado.
Agora
que está perto de concluir
a graduação,
o que espera do futuro profissional? Quais perspectivas você enxerga
para quem escolhe ser zootecnista?
Sempre
fui de me planejar e as coisas geralmente tomaram rumos diferentes do
previsto, mas me levaram a situações muito boas como foi a
experiência do Intercâmbio no Canadá e esta premiação. No
momento me planejo para ingressar no mestrado na área de agronegócio
ou desenvolvimento rural, respectivamente em Goiânia e Brasília. Eu
vejo a Zootecnia como um leque imenso de oportunidades, não mais
aquele perfil único de profissional que atua da "porteira para
dentro" como se costuma dizer. Hoje o zootecnista está presente
em órgãos de pesquisa como EMBRAPA, nas Universidades nos 107
cursos de graduação e pós-graduação do país, nas propriedades
como responsáveis técnicos de produção, na iniciativa privada na
parte de produção, gestão e até mesmo presidência, em ONGs, em
Zoológicos, em Parques de Exposições e Feiras Agropecuárias, em
empresas de vendas, em Fábricas de ração, na área de comércio
exterior, como autônomo prestando
consultoria técnica em diversas áreas, dentre outras. Estes são
apenas alguns exemplos de onde atuar como zootecnista. Dada a vocação
agropecuária do Brasil, vejo como promissor o futuro da profissão
contribuindo para o desenvolvimento social e econômico do país.
Fotos: Acervo pessoal
Parabéns Lúcio, que notícia boa. Orgulhoso de você. Sua dedicação te conduzirá muito além. Abraço
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