quinta-feira, 19 de maio de 2016

Conheça o aluno do Campus Santa Inês, eleito "Estudante Dez" pela ABZ

Residente do município de Ubaíra, o aluno do 10º Semestre do Curso de Bacharelado em Zootecnia do IF Baiano Campus Santa Inês, Lúcio Cunha Oliveira, 25 anos, não perde a chance de se envolver nas atividades propostas pelos professores, já estudou e trabalhou fora do país e acredita na Zootecnia como “um leque imenso de oportunidades”, o que torna o zootecnista um profissional relevante não só para o desenvolvimento da agropecuária, mas socioeconômico do país.

Escolhido como o Estudante 10 da Zootecnia Brasileira pela Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ), o estudante Lúcio Cunha Oliveira conta, em entrevista ao Blog Bem Baiano, como dedicação, acreditar no que faz e ter a capacidade de identificar e aproveitar oportunidades podem resultar em reconhecimento e motivação para seus pares.



BEM BAIANO - Como e quando surgiu o interesse pela Zootecnia? Sempre foi sua vontade seguir essa área?

LÚCIO CUNHA - Surgiu quando estava no 2º ano do ensino médio cursando o Técnico em Zootecnia e ao perceber que a zootecnia era muito mais do que eu podia perceber até aquele momento. Comecei a vislumbrar que produzir proteína animal é muito mais que simplesmente criar animais. É uma junção de conhecimentos em várias áreas (biologia, fisiologia, bioquímica, física, matemática, climatologia, etc). Além da nobreza que é contribuir para alimentação do planeta de forma responsável.

O que te motivou a procurar o IF Baiano para cursar a graduação?

Pelo fato de ter cursado o ensino médio/técnico (em Zootecnia) me fez conceber a ideia de seguir os estudos no IF. Além da qualidade da estrutura do IF Baiano, do seu corpo docente e técnico, a proximidade com minha região facilitou ainda mais a ideia de estudar lá.

Você teve alguma experiência profissional na área? Como foi essa vivência?

Já tive oportunidade de estagiar na Coordenação dos Cursos Superiores do IF Baiano - Campus Santa Inês, com ênfase na parte de Zootecnia, onde adquiri experiências na área administrativa, observando com amplitude a organização do Curso de Zootecnia. Realizei atividades como desenvolvimento de grade de horários, disciplinas, auxílio na elaboração de documentos pertinentes ao funcionamento e reconhecimento do curso (à época ainda não tínhamos o reconhecimento do Ministério da Educação MEC). Outra oportunidade foi um estágio na Fazenda Experimental da McGill University, no Canadá, onde fiz intercâmbio por 18 meses através do Programa Ciência sem Fronteiras. Neste estágio trabalhei com reprodução de bovinos leiteiros, e, além das atividades práticas, em parceria com o grupo ao qual estava inserido, publicamos dois resumos, um no Canadá, e o mais recente no XXVI Congresso Brasileiro de Zootecnia - ZOOTEC 2016 .

Na sua opinião, qual o papel do zootecnista hoje? Qual a relevância desse profissional no mercado?

É de fundamental importância a participação do profissional Zootecnista no agronegócio brasileiro e no desenvolvimento socioeconômico rural, de forma que, possui atributos colecionados ao longo da graduação que lhes é específico e que de certa forma, os demais colegas profissionais das ciências agrárias (agronomia e medicina veterinária) acabam não estudando. Isto torna o zootecnista um elemento chave na produção animal, pois aprofunda-se em pontos que somente o seu curso é capaz de abordar.

Lúcio se envolve na pesquisa acadêmica  desde o 2° semestre do curso. 
Fale um pouco sobre sua vivência dentro do curso. Procura participar ativamente das atividades propostas? Participa de projetos de pesquisa?

Em qualquer situação, seja ela acadêmica ou não, procuro me envolver o máximo que posso, embora reconheço que ainda deixo a desejar em alguns pontos. Peguei muita afeição à projetos de pesquisa, em especial àqueles que possam trazer benefícios para a comunidade. Desde o 2º semestre do curso me envolvo com projetos de pesquisa e continuo até hoje (no último semestre).

Quais são suas atividades preferidas dentro do curso? Com qual área da Zootecnia mais se identifica?

Tenho afinidade por estudos de viabilidade e possibilidades de negócios ligados à Zootecnia. Aspectos ligados à gestão e planejamento. Inclusive, é um dos projetos que tenho em andamento como Trabalho de Conclusão de Curso. Também tenho afeição por desenvolvimento local e social, embora não tenha muita experiência comprovada nesta área. E uma linha de atuação que me chama atenção é o papel da proteína animal no desempenho acadêmico de crianças, porém esse tópico é mais complexo e quem sabe, mais para o futuro. Tive esse insight durante os estudos no Canadá e até fiz contato com dois importantes pesquisadores dessa área.

Na sua opinião, qual o diferencial do curso de Zootecnia do IF Baiano?

O nosso curso, embora por vezes desacreditado, possui atributos que fazem dele um bom celeiro de profissionais da área. Inicialmente a estrutura docente e administrativa é de excelente qualidade, onde temos um grupo que trabalha, em sua maioria, unido para galgar grandes conquistas, e esta minha premiação é um exemplo disto, não é só mérito meu. Aliado à essa estrutura técnica-intelectual, temos também uma boa estrutura física, com diversos setores produtivos (Caprino/Ovinocultura, Bovinocultura, Suinocultura, Avicultura, Apicultura, dentre outras.). Esta junção, somada à vontade de aprender permite que qualquer estudante de Zootecnia do campus possa alcançar outros patamares. Arrisco em dizer, que temos potencial para ser o melhor curso de Zootecnia da Bahia em alguns anos. Nos falta marketing e valorização interna.

Agradeço à direção do Campus Santa Inês por proporcionar a minha ida à Santa maria -RS, para receber esta premiação, e dedico a todos meus professores e colegas estudantes.”

Como recebeu o anúncio de que seria premiado pela ABZ? Esperava o título de Destaque Estudantil em Zootecnia?

Quase não acreditei. Imaginei da seguinte forma: 'o Brasil é enorme, são 107 cursos de zootecnia no total, cada instituição pode inscrever um estudante, não dá pra mim'. Porém, com o incentivo de alguns professores, em especial os professores Fred Julião, Clêidida Barros e Elma Amparo realizamos a minha inscrição e para minha surpresa, fui contemplado.

A que você atribui esse reconhecimento?

À um trabalho contínuo e em conjunto. É fruto de ações diárias, no entanto ao olhar a premiação pode parecer que caiu do céu, ou que simplesmente aconteceu, só que se faz com cada dia de ida às aulas, aos projetos de pesquisa/extensão, participação no Diretório Acadêmico, ou demais atividades. É um processo de construção diária. Lógico que depende da minha motivação própria, mas com a certeza de uma base estrutural do campus que me possibilitou esta conquista. E o melhor, essas condições estão abertas à todos estudantes, só depende de cada um. Não é privilégio meu.

Isso te motiva a se empenhar ainda mais na área? Acha que reforça a ideia de que você está no caminho certo?

Com certeza, não só a premiação mas a ida a um congresso do porte que foi o ZOOTEC 2016, me motiva ainda mais e me dá certeza que o Campus Santa Inês tem um curso de excelência e que as coisas continuarão a acontecer, basta trabalhar diariamente e focado.

Agora que está perto de concluir a graduação, o que espera do futuro profissional? Quais perspectivas você enxerga para quem escolhe ser zootecnista?

Sempre fui de me planejar e as coisas geralmente tomaram rumos diferentes do previsto, mas me levaram a situações muito boas como foi a experiência do Intercâmbio no Canadá e esta premiação. No momento me planejo para ingressar no mestrado na área de agronegócio ou desenvolvimento rural, respectivamente em Goiânia e Brasília. Eu vejo a Zootecnia como um leque imenso de oportunidades, não mais aquele perfil único de profissional que atua da "porteira para dentro" como se costuma dizer. Hoje o zootecnista está presente em órgãos de pesquisa como EMBRAPA, nas Universidades nos 107 cursos de graduação e pós-graduação do país, nas propriedades como responsáveis técnicos de produção, na iniciativa privada na parte de produção, gestão e até mesmo presidência, em ONGs, em Zoológicos, em Parques de Exposições e Feiras Agropecuárias, em empresas de vendas, em Fábricas de ração, na área de comércio exterior, como autônomo prestando consultoria técnica em diversas áreas, dentre outras. Estes são apenas alguns exemplos de onde atuar como zootecnista. Dada a vocação agropecuária do Brasil, vejo como promissor o futuro da profissão contribuindo para o desenvolvimento social e econômico do país.

Fotos: Acervo pessoal 


Um comentário:

  1. Parabéns Lúcio, que notícia boa. Orgulhoso de você. Sua dedicação te conduzirá muito além. Abraço

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