segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A literatura ganha mais um publicação vinda de professor do IF Baiano


Para João Rodrigues, docente do Instituto Federal Baiano (IF Baiano) – Campus Teixeira de Freitas, o lançamento do livro “Canivete” não terá o sabor de estreia dos novos escritores porque já é a nona obra das suas andanças de literário. Contudo, “Canivete” tem o frio na barriga de reedição de um grande sucesso: “ a primeira edição foi lançada em 1991/2 e fez um enorme sucesso, esgotando-se rapidamente. Só, em 2010, resolvi retomar o projeto, mais de 20 anos depois”, conta Rodrigues.


Será, agora, no dia 15 de agosto às 19 horas, que João fará o lançamento do livro no Instituto Francisco de Assis – IFA (Campus I da FASB), situado no município de Teixeira de Freitas. Publicação de uma editora local, o evento estará aberto para todos e conta com o apoio logístico do Instituto na organização, no audiovisual e na divulgação. Mas, para quem não puder participar, poderá entrar em contato diretamente com o professor ou pedir emprestado na biblioteca do Campus Teixeira de Freitas.

Canivete” está na categoria romance de cunho social. Segundo o professor, o livro discute o dilema da infância perdida - “o que poderia ter sido”. “A história de um menino chamado Tomás que nasce numa família conflituosa: o pai é um bandido violento, que espanca a mãe e abusa sexualmente das filhas. Nesse mundo cão, repleto de amargura, Tomás cresce dividido entre a vontade de ser apenas um garoto normal que sonha com a felicidade. Mas, o pesadelo toma corpo e ele se transforma num pivete perigoso, apelidado de Canivete”, explica Rodrigues.

Segundo o docente, a proposta é dialogar com temas atuais, tais como: infância perdida (marginalização da criança e seu universo familiar); violência doméstica; ressocialização e reinserção social do preso. “Propõe uma reflexão a partir da construção literária do herói bandido como forma de destacar a dualidade interior travada na consciência do ser humano: o que queríamos ser e o que fomos 'forçados' a ser através das estruturas sociais”, discorre.

Essa ideia do romance surge ainda nos anos 80 a partir da Campanha da Fraternidade de 1987 (A Fraternidade e o Menor) cujo lema era: “Quem acolhe o menor a mim acolhe”. João diz que ele fez parte de grupo de jovens e, na época, criou um grupo de teatro e montaram a peça “Feira dos Oprimidos” para discutir esse contexto. “Um dos personagens era um garoto de rua. Quando o espetáculo foi apresentado, o personagem roubou a cena e emocionou a todos. Foi, então, que decidi escrever uma história à parte. Então, nasceu a primeira versão de Canivete”, relata.

Para o professor de português e literatura, existe uma expectativa de desenvolver um trabalho a partir de sua obra seja por meio de teatro, seminário de literatura, pesquisa sobre os temas que a obra trata e seu contexto social: maioridade penal, violência doméstica, infância perdida, drogas etc. “Em Teixeira de Freitas, como em grande parte do país, esses problemas existem e são preocupantes. A literatura, ao tratar de temas relevantes como esse, está ampliando/propondo a reflexão e a busca de possíveis saídas”, finaliza.

Mais:
Canivete foi o meu primeiro livro (1ª edição – 1991; 2ª edição - 2015);
O segundo foi Cindagorda (releitura da Cinderela) – 1ª edição em 1997; 2ª edição 2007 – infanto-juvenil;
O terceiro foi Espelho do Tempo (2001) – romance social;
O quarto foi A dinâmica textual (2004) – didático;
O quinto foi A história da Comunidade Italiano de Santo Antonio (2005) – História;
Em 2007, a coleção Infanto-Juvenil “Novos Talentos” com quatro obras: Cindagorda (2. ed.); O Coelho e a Onça; O chapéu do lobo; Nó na garganta.

Escritor:
João Rodrigues Pinto, professor do IF Baiano Campus Teixeira de Freitas. Atua com as disciplinas de Língua Portuguesa e Literatura; Iniciação à Metodologia Científica (cursos de Administração – integrado e subsequente; Agropecuária – integrado.; Floresta – integrado)


Fotografia: Henrique Botelho Carvalho

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