sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Quase um mês de capacitação com o IF Baiano: professores de Camarões retornaram nesta sexta-feira, 19


Gravação de documentário sobre visita do grupo Epab ao IF Baiano. Da esquerda para direita: Eduardo Silva (Ascom/Reitoria), Armand Belibi (Epab), Moise Onambele (Epab), Jean François (Epab) e Cinira Fernandes (IF Baiano - Campus Uruçuca)
 
O que dizer após quase trinta dias de convivência com a comunidade do Instituto Federal Baiano (IF Baiano)? Para Jean François, professor de matemática na Escola Prática de Agricultura de Binguela (Epab) do país africano República dos Camarões e tradutor do grupo, essa visita ao Brasil trouxe de muito positivo a questão da prática das capacitações. “No nosso país, a gente costuma ter muita teoria, mas não há equipamentos adequados, às vezes até não há equipamentos para praticar. A gente conseguiu fazer prática nas oficinas, nas roças... Foi muito bom”, afirmou satisfeito.


Desse aprendizado mútuo, Armand Belibi, professor de química, e Moise Onambele, professor de engenharia de alimentos, afirmaram que, dos cursos de compostagem realizados aqui no Brasil, pretendem levar para mudar hábitos do povo que costumam usar venenos nas adubações químicas. “Vamos mostrar, para eles, a compostagem para melhorar o rendimento deles primeiro e também guardar o solo saudável”, destacaram. Os professores também pontuaram sobre a metodologia em relação ao estudante: “aqui é o aluno que está à frente de tudo, é o aluno que está no meio, tudo está focalizado no aluno. No meu país, é o contrário: é o professor que está à frente”, ressaltaram.

Para os profissionais da Epab, essa troca entre as instituições é muito positiva, principalmente pela troca de conhecimento e saberes. Eles comentaram que as semelhanças entre o Brasil e Camarões em termos de florestas e ecossistemas, por exemplo, facilitaram o trabalho. “Aqui, vimos algumas plantas que são usadas em meu país como plantas medicinais e aqui não é o caso. No meu país, a mesma planta faz alimentação do gado e a fruta da planta é boa para curar algumas doenças. Eu acho que vamos trabalhar muito com isso”, enfatizaram Armand e Moise.

Novos aprendizados – Segundo Cinira Fernandes, professora e coordenadora do curso
Cinira Fernandes, em entrevista à equipe Ascom/Reitoria
de agroecologia no
Campus Uruçuca e coordenadora do Termo de Cooperação IF Baiano – Epab, esse contato com os profissionais de Camarões tem sido muito interessante, em especial pela semelhança da cultura, dos costumes...“Toda vez que eu vou (em Camarões), digo que me sinto em meu país: uma condição muito semelhante com nossa zona rural, região de cacau, muita chuva, calor, as mesmas árvores, as mesmas plantas”, comentou Cinira sobre as possibilidades de aprendizado favorecidas com a Cooperação que ela acompanha desde 2011.

Com esse Termo, as visitas seguem programações ajustadas às prioridades de cada equipe. A professora afirmou que, a programação deste ano no Brasil foi montada na sua última visita à Epab. O engenheiro de alimentos Moise Onambele, por exemplo, teve vivência na fábrica do Campus Uruçuca e visitou unidades de processamento da região; já o químico Armand Belibi (também responsável pela parte de agricultura na Escola) pôde vivenciar o campo na condução de culturas, manejo de máquinas, manejo de criações. “Teve a oportunidade deles vivenciarem uma necrópsia para tentar identificar a causa da morte (do animal)”, pontuou Cinira.

De todo o aprendizado, além do estudo do idioma francês desde 2011, Fernandes comentou sobre a importância do contato dos estudantes do IF Baiano com o grupo e o despertar do interesse deles por conhecer, estudar e colaborar mais. “Há um outro mundo fora dos muros da escola”, afirmou. Ela ressaltou também o quanto é interessante na cultura deles o respeito aos mais velhos, à família e aos colegas, a formalidade, o comprometimento e a responsabilidade com as pessoas da sua aldeia e da sua comunidade.

Da esquerda para direita: Armand, Jean e Moise

Nenhum comentário:

Postar um comentário