quarta-feira, 20 de abril de 2016

Equipe científica propõe melhoramento genético da mamoeira

Esquema dos cruzamentos controlados

Há cinco anos, um grupo de pesquisadores do Instituto Federal Baiano (IF Baiano) dos Campi Catu, Guanambi, Itapetinga e Senhor do Bonfim realiza estudos voltados para a eficiência e a sustentabilidade dos sistemas agrícolas implantados no semiárido nordestino. Com foco nos agrossistemas implantados na caatinga, as abordagens passam por origem, histórico de uso e impacto dos sistemas de manejo de solo e culturas agrícolas. 
 

O Projeto “Programa de melhoramento genético da mamoeira para o semiárido baiano”, ligado ao grupo de pesquisa “Manejo dos sistemas agrícolas na região semiárida”, é hoje pauta no Bem Baiano. Ele objetiva gerar cultivares adaptadas as condições edafoclimáticas do semiárido baiano. O professor Leandro Peixouto explica: “selecionaremos genótipos (plantas) que apresentem características como a alta produtividade, o porte reduzido, o alto teor de óleo e a precocidade”, fala.

Como funciona? “Propomos cruzar oito cultivares comerciais de mamona entre si, gerando 28 pares de cruzamentos. Esses cruzamentos serão levados a campo e selecionados para os caracteres descritos acima. Os cruzamentos selecionados serão autofecundados e plantados novamente. Esse processo será feito até a sexta geração (ciclo de autofecundação). Nessa última geração, selecionaremos as 20 linhagens que serão avaliadas em diferentes locais e em dois anos para selecionar qual será lançada como uma nova cultivar”, detalha Peixouto.

O professor diz que a proposta é “tornar a mamona uma cultura atrativa ao produtor da região, ampliando, assim, as alternativas viáveis para o semiárido. É fazer com que o produtor tenha maiores garantias que irá ter lucro e, assim, poder gerar melhor qualidade de vida para ele e sua família. É fixar o homem no campo”, declara. Como o processo demora para ter resultados significativos, o pesquisador tem a expectativa de, no fim de 2017, ter selecionado 20 plantas que apresentem alta produtividade, porte reduzido, alto teor de óleo e precocidade.

Desse projeto, Peixouto afirma que a ideia é também a realização de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) sobre o assunto, produzido por estudantes do curso de engenharia agronômica do IF Baiano – Campus Guanambi.

#ProduçãoCientífica

Projeto:

Fase atual - segundo ciclo de autofecundação. Com a observação de cruzamentos promissores, eles serão autofecundados e replantados para dar continuidade ao Programa.

Destaque - esse projeto é o primeiro ciclo de seleção recorrente que é, basicamente, sucessivos ciclos de cruzamento e seleção para aumentar gradativamente o número de genes favoráveis em um genótipo. Por isso, o Programa irá se estender por vários anos. “A cada ciclo de seleção, podemos obter cultivares ainda mais produtivas e que sejam resistentes a pragas e doenças”, destaca Peixouto.



Realizadores/Parceiros:

IF Baiano – Campus Guanambi – pesquisadores e áreas experimentais;

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico– CNPq (financiador / concessão de bolsas de iniciação científica júnior);

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) (concessão de bolsas de iniciação científica);

Instituto Agronômico de Campinas (ICA) / Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S/A (EBDA) – cessão de sementes das cultivares desenvolvidas e seus genótipos promissores para serem utilizadas como genitores no Programa.





Linhas de pesquisa - Melhoramento de Plantas e Biotecnologia



Fotografia: Acervo / Grupo de pesquisa Manejo dos sistemas agrícolas na região semiárida





Acreditamos que é possível produzir de forma sustentável e ainda, assim, trazer qualidade de vida aos produtores. E o público-alvo são produtores rurais da região identidade do Sertão Produtivo seja ele pequeno, médio ou grande”

- Leandro Peixouto, pesquisador - 

 

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