quinta-feira, 28 de maio de 2015

Pesquisadores baianos apresentam trabalho sobre licuri em evento latino-americano




No período de 1o a 4 de junho, pesquisadores do Instituto Federal Baiano (IF Baiano), Aurélio Carvalho e Márcio Harrison (foi professor substituto até fevereiro de 2015), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) – Iracema Lima - e da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) – Pablo Piras - e a presidente da Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (Coopes) – Josenaide Alves - apresentam o trabalho Licurí, Tecnología Y Sustentabilidad en las Caatingas” no XIII Congreso deLatinoamericano Extensión Universitaria em Havana, Cuba.

O evento, com o tema “La Extensión Universitaria Promotora del Cambio Y la Transformación Sociocultural”, objetiva promover intercâmbio científico e cooperação internacional entre instituições de ensino e entidades que atuam com desenvolvimento humano e social em ambientes educacionais, produtivos e comunitários, além de proporcionar novas experiências e soluções para problemas relacionados a ambientes socioculturais universitários e seus impactos sociais.



Na oportunidade, os professores irão tratar sobre o licurizeiro cujo estudo é feito em quatro dimensões (fitotécnica, beneficiamento de máquinas, ambiental e políticas públicas). Segundo o professor Carvalho, quando eles começaram as pesquisas era a fase de pior seca dos últimos 70 anos no Semiárido, então o licuri foi a “salvação do rebanho”. A inserção cultural dele (licuri) em grupos vulneráveis, especialmente mulheres e crianças, é muito intensa, comentou o pesquisador. Mesmo com a primeira referência em 1587, esparsos trabalhos científicos sobre o assunto (Gregório Bondar, anos 30; Guimarães Duque, anos 50), explica Aurélio, “há um valor do licuri e, ao mesmo tempo, um desprezo por essa palmeira porque ela ocorre naturalmente e, muitas vezes, as pessoas não dão o devido valor, não dão o devido olhar”, diz.

Quanto à participação no evento latino-americano, o pesquisador Harrison destaca a importância de resgate do conhecimento que passa a “ganhar o mundo de fato”. Segundo o professor, um trabalho de divulgação, resgate e valorização de conhecimentos que será compartilhado em diferentes espaços.

Programa Conca/Licuri – Em 2011, o professor Aurélio Carvalho desenvolveu o projeto
em Senhor do Bonfim juntamente com outros profissionais da região. Quando se mudou para Santa Inês, ampliou a proposta e integrou estudantes de vários cursos do Instituto.

O Programa (iniciativa extensionista do IF Baiano), com financiamento pela Chamada MEC/PROEXT 2011 (executado entre 2012 e 2013 pelos Campi Senhor do Bonfim e Santa Inês), é realizado em colaboração com a Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (Coopes) – Capim Grosso (BA) e a Escola Família Agrícola de Jaboticaba – Quixabeira (BA). 

Produção acadêmica/Atividades de ensino/Impactos Regionais:

Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs)/Estudantes dos cursos superiores do IF Baiano (áreas de ciências agrárias, ciências biológicas, geografia, zootecnia);
Participação estudantil/Estudantes dos cursos de nível médio em coleta, plantio do licuri, observar nascimento e germinação;
Oito artigos científicos;
Publicações em eventos científicos;
Revista Bahia Análise & Dados (a ser publicada);
Livro (em fase de produção/edição);
Projeto de Lei sobre Conservação dos Licurizais (aprovado pela Câmara de Vereadores de Capim Grosso);
Audiência Pública (Lei de Proteção) – Várzea do Poço.


O importante não é a lei em si, mas o processo de discussão que leva até a lei e tendo a lei é uma garantia de transformar o licuri em patrimônio do povo”
- Aurélio Carvalho -


Licuri: nome científico Syagrus coronata; localidades Norte de Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Sul de Pernambuco e Sergipe; usos – artesanato, ornamentação, paisagismo, alimentação (in natura), alimentação (cozido), alimentação (preparo), fitoterápico (remédio), beneficiamento, construção (insumo para instalações rurais), industrial e energético (fabricação de biocombustível).


Desse produto que, hoje, é agroextrativista, ele pode virar uma cultura, uma lavoura, porque há uma necessidade disso ambientalmente”
- Aurélio Carvalho-



Crédito/Imagem: Congreso de Latinoamericano Extensión Universitaria (sitio eletrônico) / Arquivo dos pesquisadores Aurélio Carvalho e Marcio Harrison

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